"Não importam os diferentes caminhos se todos levarem ao mesmo lugar...". "O importante não é alcançar e sim como você chegou até aqui...". Ditos populares? Filosofia de Cordel? Mensagens de biscoito da sorte? Embora aparentemente contraditórias deveriam se completar, pois ambas são Verdades. Vistas por diversos ângulos, analisadas por diferentes paradigmas, mas ainda assim Verdades. E não se trata de quem tem razão, pois a RAZÃO confere aos defensores das duas sentenças argumentos suficientes para um infindável debate. Este é apenas um exemplo de situações que encontramos aos montes no nosso dia-a-dia. Quem já não teve a experiência de, em meio a roda de amigos, ousar fazer algum comentário sobre Religião? Sem que ninguém questione a existência ou a benevolência de Deus, arma-se um embate dos mais ferrenhos sobre dogmas e interpretações, onde todos os envolvidos se enchem de empáfia e defendem a sua Verdade. Ou a sua pseudo-verdade. Uma Verdade relativa. Sim, porque acreditar em algo não torna isso mais Verdadeiro. Seus argumentos fortalecem a sua CERTEZA sobre uma Verdade que no fundo desconhece. E a certeza é a Mãe da ignorância. Os questionamentos movem o Mundo, são resultados da sapiensia, são sinais de inteligência. Não há nada de errado em acreditar. Acreditar é preciso. Só quem acredita segue em frente. Mas a crença não pode fechar os seus olhos para os questionamentos. Questionar pode, muitas vezes inclusive, reforçar ainda mais aquilo que você sempre acreditou. Mas a certeza irredutível, seja sobre o que for, pode facilmente tornar-se parceira da intolerância. E contra a intolerância os argumentos são inertes. Avalie as suas informações. Acredite no que acha que deve acreditar. Mas não ignore os seus porquês, procure as respostas. Pense! A Verdade não é aquela que lhe foi dita por alguém. A Verdade é o que é, ponto. Sobre qualquer assunto o fato é que não a conhecemos. A nossa Verdade é formada por elementos apanhados ao longo da nossa caminhada e podem fazer parte de um enorme quebra-cabeças. Quantas peças você tem? Quantas faltam? O que temos são Verdades absolutamente relativas. Sempre!

Tudo bem, meus Caros? Bom, estou num novo momento, voltando a tocar, com planos para produzir e tal. Agora, além de montar minhas guitarras, passei a levar a sério o meu antigo lance com os pedais e também monto amplificadores. À partir deste momento, este espaço será destinado aos meus trabalhos, sejam momentos tocando, estudos e também as montagens. Sejam bem vindos ao meu espaço, espero que gostem (a reprogramação visual ocorrerá aos poucos). See you later... :)
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quarta-feira, 30 de junho de 2010
segunda-feira, 28 de junho de 2010
Ruas Desertas - Crônica de 28_06_10 by Rori
Ando pela cidade e vejo as ruas desertas. Um silêncio sufocante traz-me à mente "O dia em que a Terra parou". Em meio às vertigens penso: estaria Eu em meio a uma cena de "Eu sou a Lenda"? Teriam os poucos humanos que restaram se refugiado nas galerias, debaixo das pontes ou algo assim? Seriam os carros e bancas de jornal apenas trincheiras acobertando os mais valentes? Onde Eu estava que não percebi? Não tenho idéia do que aconteceu. Vem-me a lembrança dos noticiários: Terremotos destruindo o que construímos aonde havia o verde, Tsunamis trazendo à terra firme o Mar (como num presságio de que tornaríamos a vida marinha inviável graças a incansável busca pelo ouro negro), o vento revolto em forma de tornados e furacões e a chuva. Ah, a chuva. Que tantas vezes lavou meu suor, embalou o meu sono, mudou meus caminhos, me apressou e me atrasou à sua vontade. A chuva que já me tocou enquanto beijava, enquando amava, chorava, pensava, ou simplesmente esperava. A chuva que, feito um Guerreiro-Vingador, vem dos céus e varre cidades inteiras. Com elas vão-se vidas, histórias, memórias, famílias. Vemos pela TV o drama dos outros que são como nós. Se do alto parecemos menores que formigas, não estaria a Terra finalmente se livrando de uma das suas pestes? Será isso? Serei eu apenas um sobrevivente, que por hora resiste ao revide implacável da Natureza? De repente um estrondo! Em meio ao susto percebo que são vozes, gritos vindos de todos os lados. Em seguida bombas e pessoas correndo. Não. Não se trata de nenhuma guerra ou ataque inimigo. Me recupero de um devaneio que parecia interminável mas que não levara mais que segundos. A comoção causada por um gol do Brasil na Copa em nada lembra aquele povo que, pouco antes, lamentava a sorte dos seus irmãos pátrios. E mais latinhas, garrafas e todo tipo de lixo são lançados ao chão à espera de outra chuva. Mas qual o problema, não é verdade? Afinal estamos no controle de tudo e somos absolutos neste mundo. Não seria a Natureza capaz de nos desviar de nossos caminhos. Seria?
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Foto do Blackout
Vejam o impressionante registro que fiz do blackout. O desespero das pessoas correndo, os assaltos, os acidentes... Se o governo pagasse a conta da luz!!!
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sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Caso Uniban - Imbecilidade total!!!
Blz, a garota viajou!!! Vai acabar posando pra Playboy... Isso mostra como a ploriferação das instituições de Ensino neste País banalizou todo o sistema. Hoje em dia é mais fácil encontrar uma faculdade do que um cursinho de Inglês de esquina. Se é banalizado não existe respeito. Agora, a reação destes idiotas diante do ocorrido é inaceitável... Barbárie total!!! Um erro não justifica o outro e a imbecilidade impera!!! "Aqui é o meu País..." - LAMA!!!
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quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Vergonha Nacional
Deu no Jornal da Globo: ao investigar as imagens gravadas por câmeras de segurança no caso da morte do Coordenador Evandro, do Afro-Reggae identificou-se que a patrulha policial negligenciou o auxílio à vítima baleada e ainda ficou com o produto do roubo, sem que tivesse feito a prisão dos meliantes. Ou seja, quem deveria nos proteger passa a ser cúmplice da marginalidade. É isso aí!!! Vamos promover a Copa do Mundo e as Olimpíadas... Realmente não temos problemas sociais e podemos sim concentrar este volume absurdo de investimento em eventos tão relevantes. Vamos perguntar paras as vítimas das enchentes no Piauí (ainda vivendo em acomodações improvisadas) o que eles acham das Olimpíadas no Rio?
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terça-feira, 1 de setembro de 2009
Show de Bola!!!
Cadê o Zé?
(Texto publicado hoje na Folha de S.Paulo)
Caro João, caríssima Maria, eu vos pergunto: Qual o nome mais comum entre os jogadores do Brasileiro? José, certo? Errado. Totalmente errado. Os Zés hoje são uma raridade. Pelo menos no futebol.
Para ter certeza disso, fui ver como são chamados todos jogadores de todos os vinte times. São mais de 600 atletas, e entre estes encontrei apenas três zés: Zé Luís, do São Paulo, Zé Roberto, do Flamengo, e um cândido Zé, sem nenhum acompanhamento, que joga no Sport. Isso significa menos de 0,5%. Até aqui, na redação de Esportes da Folha, há mais Josés, como eu, o Geraldo Couto, o Carlos Kfouri e o Henrique Mariante.
Antigamente todo time tinha pelo menos um Zé. Ele podia vir acompanhado de outro nome, de um apelido, no diminutivo ou no aumentativo, mas toda escalação tinha um Zé. Tanto que, fazendo um pequeno esforço de memória, rapidamente consegui fazer uma seleção de Zés, uma zeleção.
Ela começaria com o goleiro Zé Carlos, do Flamengo (com Zecão, da Portuguesa, na reserva). Na lateral direita teríamos o Super Zé¸ que era o apelido de Zé Maria, do Corinthians (na reserva, os tricolores Zé Carlos e Zé Teodoro). Na zaga, Zé Eduardo, o viril zagueiro corintiano, e Zé Augusto, daquele célebre time do Bahia que tinha Sapatão, Baiaco e Beijoca. Na lateral esquerda, fiquei em dúvida entre Zé Carlos Cabeleira, do Santos, e Zeca, do Palmeiras. O meio de campo seria uma moleza: teríamos Zé Mário, do Vasco, o excelente Zé Carlos, do Cruzeiro e do Guarani, e Zé Roberto, talvez o melhor jogador da história do Coritiba. Na reserva, outros Zés, como o Elias, o do Carmo e o Renato. O ponta direita seria, Zequinha, ex-Botafogo e São Paulo, o centroavante poderia ser o veloz Zé Alcino, que jogou pelo Grêmio com Paulo Nunes, e na ponta esquerda entraria Zé Sérgio, campeão paulista pelo Santos em 1984. Para técnico há uma infinidade de opções, mas fico com Zezé Moreira, que é zé duas vezes. O árbitro? José Rob
erto Wright. O narrador? José Silvério, é claro.
O nome José era o símbolo do homem comum, normal. Mas hoje, ironicamente, os Josés são artigos de luxo. Se Drummond fosse escrever seu célebre poema por estes dias, teria que chamá-lo de “E agora, William?”
Acredito que esta escassez de zés ocorre por dois motivos. O primeiro é que as famílias de classe baixa há algum tempo vêm demonstrando uma inclinação por nomes estrangeiros. O “José” tornou-se um sinônimo de simplicidade, até de pobreza, e parece que querem mascarar estas coisas colocando alguns dablius no começo dos nomes e terminá-los com “son”, o que sempre dá um ar americano.
O segundo motivo é que os próprios jogadores tentam evitar o “Zé”. Talvez acreditem que é um nome de pouco apelo mercadológico. Por exemplo, Kléberson, do Flamengo, é José Kléberson, mas preferiu ficar só com o segundo nome. E o artilheiro do Náutico chama-se José Carlos, mas preferiu trocar o José por Bala e virou Carlinhos Bala.
Enfim, atualmente ninguém aceita ser mais um José, ninguém quer ser considerado um simples Zé. Hoje em dia todo mundo é diferente. Todo mundo é William.
(Texto publicado hoje na Folha de S.Paulo)
Caro João, caríssima Maria, eu vos pergunto: Qual o nome mais comum entre os jogadores do Brasileiro? José, certo? Errado. Totalmente errado. Os Zés hoje são uma raridade. Pelo menos no futebol.
Para ter certeza disso, fui ver como são chamados todos jogadores de todos os vinte times. São mais de 600 atletas, e entre estes encontrei apenas três zés: Zé Luís, do São Paulo, Zé Roberto, do Flamengo, e um cândido Zé, sem nenhum acompanhamento, que joga no Sport. Isso significa menos de 0,5%. Até aqui, na redação de Esportes da Folha, há mais Josés, como eu, o Geraldo Couto, o Carlos Kfouri e o Henrique Mariante.
Antigamente todo time tinha pelo menos um Zé. Ele podia vir acompanhado de outro nome, de um apelido, no diminutivo ou no aumentativo, mas toda escalação tinha um Zé. Tanto que, fazendo um pequeno esforço de memória, rapidamente consegui fazer uma seleção de Zés, uma zeleção.
Ela começaria com o goleiro Zé Carlos, do Flamengo (com Zecão, da Portuguesa, na reserva). Na lateral direita teríamos o Super Zé¸ que era o apelido de Zé Maria, do Corinthians (na reserva, os tricolores Zé Carlos e Zé Teodoro). Na zaga, Zé Eduardo, o viril zagueiro corintiano, e Zé Augusto, daquele célebre time do Bahia que tinha Sapatão, Baiaco e Beijoca. Na lateral esquerda, fiquei em dúvida entre Zé Carlos Cabeleira, do Santos, e Zeca, do Palmeiras. O meio de campo seria uma moleza: teríamos Zé Mário, do Vasco, o excelente Zé Carlos, do Cruzeiro e do Guarani, e Zé Roberto, talvez o melhor jogador da história do Coritiba. Na reserva, outros Zés, como o Elias, o do Carmo e o Renato. O ponta direita seria, Zequinha, ex-Botafogo e São Paulo, o centroavante poderia ser o veloz Zé Alcino, que jogou pelo Grêmio com Paulo Nunes, e na ponta esquerda entraria Zé Sérgio, campeão paulista pelo Santos em 1984. Para técnico há uma infinidade de opções, mas fico com Zezé Moreira, que é zé duas vezes. O árbitro? José Rob
erto Wright. O narrador? José Silvério, é claro.
O nome José era o símbolo do homem comum, normal. Mas hoje, ironicamente, os Josés são artigos de luxo. Se Drummond fosse escrever seu célebre poema por estes dias, teria que chamá-lo de “E agora, William?”
Acredito que esta escassez de zés ocorre por dois motivos. O primeiro é que as famílias de classe baixa há algum tempo vêm demonstrando uma inclinação por nomes estrangeiros. O “José” tornou-se um sinônimo de simplicidade, até de pobreza, e parece que querem mascarar estas coisas colocando alguns dablius no começo dos nomes e terminá-los com “son”, o que sempre dá um ar americano.
O segundo motivo é que os próprios jogadores tentam evitar o “Zé”. Talvez acreditem que é um nome de pouco apelo mercadológico. Por exemplo, Kléberson, do Flamengo, é José Kléberson, mas preferiu ficar só com o segundo nome. E o artilheiro do Náutico chama-se José Carlos, mas preferiu trocar o José por Bala e virou Carlinhos Bala.
Enfim, atualmente ninguém aceita ser mais um José, ninguém quer ser considerado um simples Zé. Hoje em dia todo mundo é diferente. Todo mundo é William.
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