sábado, 31 de dezembro de 2016

Produção Musical - Parte 1 - Hardware - by Rori

Inicio aqui uma série de posts onde vou tratar de um assunto que me consumiu anos e anos de pesquisa: a Produção musical. Tive o meu primeiro contato em 1996 através do software Cakewalk Home Studio, que só trabalhava com arquivos MIDI e desde então venho acompanhando o desenvolvimento destas tecnologias até que, hoje, posso dizer sem nenhuma ressalva que não há o que não possa ser feito "in box" com qualidade profissional e custos incrivelmente baixos. Sei que não haverá nenhuma novidade aqui, mas tentarei organizar as informações de modo que, rapidamente, a minha forma de trabalhar seja colocada de maneira rápida e prática. Não sou um especialista. Não sou um profissional. Sou um músico, que compõe e arranja, que necessita registrar com a melhor qualidade possível meu trabalho e que para isso me dispus a pesquisar e estudar métodos de gravação, mixagem e tudo mais que gira em torno deste fascinante universo da produção. Espero que encontre informações úteis nestes posts.

Produção Musical - Parte 1 - Hardwares

Tenho apenas o básico. Sou um músico de rock, que também compõe trilhas instrumentais. Meu estilo vai do folk, classic rock e blues ao pop/rock. Logo, meu foco é a gravação das guitarras. Todo o meu set é voltado para este fim.

Hardware:

- O computador precisa ter um bom processamento e o máximo possível de RAM, uma vez que boa parte da edição é feita em tempo real. Tenha também uma atenção especial ao armazenamento. Um HD externo é bem vindo. Backups em nuvem são uma boa ideia!
- Hoje em dia é comum o uso de interfaces de áudio, mas ainda existe a possibilidade de se trabalhar com placas como as Delta. Compatibilidade, processamento, latência estão entre os itens que devem ser observados na escolha da compra. Fundamental que trabalhe com driver ASIO. Atenção aos pré-amps destas interfaces. A qualidade do som captado passa diretamente por eles. Há a possibilidade de usar prés externos, mas este é um custo dispensável;
- Bons microfones. Não há muito o que se falar sobre isso. Vai gravar? Tenha bons microfones...
- Não menos importante é a monitoração de áudio. Bons monitores e um bom fone. Hoje existem opções com uma boa relação custo/benefício. Ainda tenho que melhorar o meu set neste aspecto mas entenda, é fundamental ouvir fielmente aquilo que se produz,
- A boa qualidade dos cabos garante que o sinal original pouco se deteriore e que o mínimo de interferência seja captada.

Um exemplo de gambiarras que podem ser utilizadas. Vale lembrar que nada disso é recomendável pois estes equipamentos não são indicados para produção, eles alteram as frequências originais e vão enganar os seus ouvidos. Vale apenas enquanto você não providencia o equipamento adequado.
- Pré-amp: tem a função de ampificar o sinal captado até que este atinja nível ideal para a edição (se captar um sinal baixo terá que aumentá-lo com o uso de plugins, o problema é que todo o ruído e interferências presentes no sinal também ficarão mais presentes). Eu uso um pré baseado no projeto Valvecaster da Matsumin. Ele colore o som mas pra mim, isso é favorável. É um circuito valvulado com poucos componentes e os controles de drive e tone respondem muito bem. A válvula utilizada é uma 12AU7 que gera uma distorçao menor e tem um headroom excelente. É este aqui. Uso para guitarra e mic;
- Monitores: O uso de caixas de som residenciais não é recomendado, pois são feitas para compensar e ressaltar certas frequências, alterando assim o arquivo original. Durante um tempo utilizei as caixas de um micro-sistem mas o que mais se aproximou do ideal foi um par de caixas de home theater. Ainda assim recomendo o uso de um bom fone para poder averiguar;
- Amplificador: Como as caixas não são ativas, é necessário o uso de uma potência. Usei uma pequena potência handmade mas esta distorcia o som com facilidade, além de captar muitas interferências. Acabei optando pelo uso do próprio hometheater. Este possui uma opção bypass. Embora este "bypass" não seja puro, acaba sendo uma opção mais viável para o monitoramento. Lembrando que tudo isso acaba com a utilização de monitores de referência decentes;